Galvão
Bueno está longe de ser unanimidade entre seus colegas de emissora. Nos
bastidores da Globo há quem o deteste. Mas ninguém se atreve a
contestá-lo, muito menos diante das câmeras. Ou melhor, quase ninguém.
Glória Maria não está nem aí para o ‘endeusamento’ do locutor.
Nas quatro
horas de transmissão ao vivo da cerimônia de abertura da Olimpíada do
Rio, a repórter rebateu alguns comentários feitos por Galvão e deixou
claro – para o telespectador e ao próprio Galvão – que tem tanta estrada
na profissão quanto ele. Por isso mesmo, não parece disposta a engolir
os equívocos do apresentador.
Além de
Galvão e Glória, a Globo escalou os repórteres Marcos Uchoa e Renato
Ribeiro, ambos com ampla experiência em eventos esportivos
internacionais e de perfil discreto, em contraponto à previsível guerra
de egos entre os dois principais nomes da equipe.
A
escalação de Glória Maria suscitou três simbolismos importantes: o fato
de ser mulher (o jornalismo esportivo ainda é um ‘clube do Bolinha’),
negra (em uma emissora com pouca diversidade entre seus principais
âncoras) e uma das pioneiras do jornalismo informal na televisão
brasileira.
Décadas
antes do ‘modismo’ dos repórteres descontraídos, lançado na reformulação
do Jornal Nacional, ela já fazia comentários pessoais nas reportagens e
estabelecia um vínculo maior com o telespectador.
Tamanha
bagagem a credencia para se colocar em pé de igualdade com Galvão Bueno e
não aceitar ser mera coadjuvante do locutor, conhecido (e criticado)
pela prolixidade e a mania de interromper a fala dos companheiros de
transmissão.
Glória
Maria tem mais tempo de casa que Galvão. Ela começou na Globo em
novembro de 1971. O locutor estreou dez anos mais tarde e passou um ano
fora, no começo da década de 1990, quando foi narrador na extinta Rede
OM.
Tão
diferentes no estilo, eles são iguaizinhos num aspecto: a ânsia de
parecer mais jovens. A repórter, que jura ter 57 anos (se assim o fosse,
ela teria sido admitida na Globo aos 12 anos!), toma diariamente um
coquetel com até 90 pílulas antienvelhecimento. Já Galvão, 66 anos,
recorreu à cirurgia plástica para remoçar.
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