O
Ministério Público afirma que propina foi paga por três empreiteiras que
atuaram na construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco
(Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
apresentou nesta segunda-feira (3) ao Supremo Tribunal Federal (STF)
uma denúncia contra o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) na Lava
Jato por supostamente ter cometido os crimes de lavagem de dinheiro e
corrupção passiva durante a construção da refinaria de Abreu e Lima, em
Pernambuco.
Na mesma acusação, Janot também denunciou os empresários Aldo Guedes,
ex-presidente da Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), e João Carlos
Lyra Pessoa de Mello Filho, apontados pelo procurador-geral como os
operadores que viabilizaram o repasse da propina ao senador
pernambucano.
Guedes é acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Já Mello Filho foi denunciado apenas por lavagem de dinheiro.
Segundo a acusação, Bezerra Coelho recebeu, ao menos, R$ 41,5 milhões
em propina de dinheiro desviado da Petrobras em contratos com as
construtoras Queiroz Galvão, OAS e Camargo Corrêa para as obras de construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.
A propina, aponta o Ministério Público, teria sido repassada ao senador
do PSB entre 2010 e 2011, quando Bezerra Coelho era secretário estadual
de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e presidente do Complexo
Industrial Portuário de Suape, onde se localiza a refinaria.
“Fernando Bezerra é acusado de realizar os esforços políticos para
assegurar as obras de infraestrutura da refinaria e garantir os
incentivos tributários, de responsabilidade político-administrativa
estadual, indispensáveis para a implantação de todo o empreendimento, o
que acabou ocorrendo”, informou a PGR por meio de nota divulgada à
imprensa.
Caberá agora ao relator dos processos da Lava Jato no STF, ministro
Teori Zavascki, submeter a denúncia à Segunda Turma da Corte. O
colegiado é composto por Teori e pelos ministros Gilmar Mendes, Dias
Toffoli, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski.
Se a Segunda Turma aceitar a denúncia, Bezerra Coelho e os dois
empresários passam a responder como réus em uma ação penal. Ainda não há
previsão de quando ocorrerá o julgamento da denúncia.
Antes, a defesa de cada um dos acusados poderá apresentar uma resposta prévia ao STF, com a primeira defesa sobre as acusações.
O que dizem os acusados
Em nota, o advogado André Luís Callegari, responsável pela defesa de
Bezerra Coelho, reclamou de um suposto vazamento da denúncia da PGR e
disse que ainda não teve acesso à peça judicial.
O criminalista classificou de "descabidas" as acusações contra o
cliente dele, que, segundo Callegari, são baseadas em "ilações e sem
qualquer rastro de prova" (leia ao final desta reportagem a íntegra da nota).
A defesa do empresário João Carlos Lyra afirmou que só vai se
manifestar sobre a acusação após ter acesso à íntegra da denúncia.
O defensor de Aldo Guedes disse que ainda não teve acesso à denúncia,
mas destacou que não há provas concretas contra o seu cliente.
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, também divulgou uma nota
para manifestar apoio ao senador pernambucano e ao ex-governador e
ex-presidente do partido Eduardo Campos. No comunicado, o dirigente do
PSB disse que a sigla reitera sua "confiança" na conduta de Campos e de
Bezerra Coelho.
BLOG LELSON SANTOS
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