A Ilha do
Fogo deve receber cerca de 500 pescadores e pescadoras artesanais
durante um congresso sobre a atividade pesqueira artesanal da Bacia do
São Francisco. O evento acontece entre os dias 1 e 3 de abril. O tema do
Congresso é "Grito do Rio e seu Povo na Busca do Bem Viver!" O tema
escolhido para o Congresso dos Pescadores e Pescadoras Artesanais da
Bacia do Rio São Francisco deixa claro a proposta do momento: os povos
querem o São Francisco vivo!
Em carta
convocatória para o Congresso, os organizadores evidenciam o
aceleramento do processo de morte do Velho Chico. O incentivo do governo
ao agro e hidronegócio, as barragens, a transposição e a privatização
dos corpos d'água são algumas das ameaças apontadas ao São Francisco.
"Os peixes diminuem em quantidade e em qualidade e as comunidades
pesqueiras vêm perdendo seus territórios tradicionais e direitos já
conquistados. As nascentes do Rio São Francisco se encontram em processo
crescente de extinção. Na sua Foz o mar avança para dentro do rio",
denuncia a carta.
A
estimativa é que cerca de 500 pessoas possam debater soluções para a
revitalização do Velho Chico e o fortalecimento da identidade do seu
povo. Serão cerca de 10 oficinas temáticas que também colocarão em
evidência a importância da pesca artesanal para o povo brasileiro.
"Precisamos dar atenção ao rio que proporciona geração de renda aos
pescadores que vivem da pesca artesanal", comenta a agente do Conselho
Pastoral dos Pescadores (CPP), Rizoneide Gomes.
"Não deixe o
Rio morrer, se não morre o ribeirinho de fome de sede e não sei mais o
quê...!", o canto popular dos povos do Velho Chico traduz a luta das
pescadoras e dos pescadores por aquele que faz parte do imaginário e da
vida de seus pais e filhos: o Rio São Francisco.
Por Zé Carlos Borges
Nenhum comentário:
Postar um comentário