segunda-feira, 18 de julho de 2016

Festival da Sanfona de Juazeiro (BA) teve edição vitoriosa

Targino Gondim (centro), comandou festival da sanfona / foto: divulgação do FIS
Targino Gondim (centro), comandou festival da sanfona
foto: divulgação do FIS
JOSÉ TELES
JUAZEIRO (BA) Uma multidão estimada em dez mil pessoas aglomerou­se diante do palco onde aconteceu o encerramento do IV Festival Internacional da Sanfona, na orla de Juazeiro (BA), sábado, para assistir um desfile de sanfoneiros, brasileiros e estrangeiros, tocando um repertório que foi dos obrigatórios Luiz Gonzaga e Dominguinhos à música cajun da Louisiana, tangos e milongas argentinas, até a música erudita de Mozart e Richard Strauss.
 Poucas horas antes, a mesma orla que ladeia o Rio São Francisco viu uma Marcha para Cristo, com três estridentes trios elétricos cantando axé e outros gêneros populares com letras de louvor a Jesus. Ali perto, no Centro de Cultura João Gilberto, um cabisbaixo Juca Chaves, do alto dos seus 78 anos, não teve público para ver o show que estava programa para a mesma noite. Consolava­-se comentando que não poderia sozinho competir com tantas sanfonas.
Targino Gondim e Celso Carvalho, os responsáveis pelo IV Festival Internacional da Sanfona estavam mais do que satisfeitos. Enfrentando problema de patrocínio (não tiveram apoo na vizinha Petrolina, onde acontecia parte do evento em outras edições), chegaram à quarta edição vitoriosos. O teatro do centro de cultura foi pequeno para a quantidade de gente que prestigiou o FIS, que começou na quarta-feira, e trouxe nomes como Oswaldinho, Mestrinho, Chico Chagas, Murl Sanders (EUA), Renato Borghetti, o argentino Gabriel Merlino, com a cantora Vanina Targini.
 No sábado, Raimundo Fagner fechou o festival, numa parceria com a Prefeitura de Juazeiro, que trouxe o cantor como parte das comemorações dos 138 anos de emancipação da cidade (o festival da sanfona só contrata instrumentistas). Durante quase duas horas, o cantor cearense desfiou um repertório que começou com Vaca Estrela, Boi Fubá (Patativa do Assaré), com participação de Oswaldinho e Targino Gondim na abertura, entrou pelos muitos hits de mais de quatro décadas de carreira, clássicos de Luiz Gonzaga e Dominguinhos, onipresentes em todos os dias do festival.
 O show varou a madrugada fazendo a multidão cantar em coro. Uma noite de muita música boa. Realmente, concorrência difícil para qualquer artista, não apenas para Juca Chaves, o Menestrel Maldito.

 (O jornalista viajou a convite da produção festival)

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